Voluntariado

Se nos pusermos a fazer contas, constatamos que a Claire Bonnefoy, o Julien Michaud, a Jelena Radojevic e a Mari Chilingarashvilii chegaram à APCC em janeiro deste ano e que isso quer dizer que estão quase a acabar os seis meses do seu período de voluntariado em Portugal. Mas em vez de fazer contas, preferimos fazer… um Baile SVE! E por isso mesmo, ontem a Quinta da Conraria foi um palco para muita música popular portuguesa, atuações internacionais ao vivo e grandes prestações no karaoke.

Os voluntários europeus convidaram utentes e colaboradores do Centro de Atividades Ocupacionais e todos juntos esqueceram as saudades que já começam a querer mostrar-se e fizeram uma enorme festa de celebração de meio ano que ninguém irá esquecer. Foram meses em que a Claire, o Julien (ambos de França), a Jelena (da Sérvia) e a Mari (Geórgia) fizeram parte da família da APCC e descobriram que nunca mais vão deixar de fazer.

Estes...

Mais de 70 representantes das organizações portuguesas acreditadas do Serviço Voluntário Europeu reuniram-se ontem em Braga, por iniciativa da Agência Nacional Erasmus+ Juventude em Ação, para discutir o presente e o futuro do voluntariado europeu. Naturalmente, a APCC também marcou presença, contribuindo com a sua visão fundamentada em quase uma década de envolvimento nesta área.

Assim, a coordenadora do Gabinete de Voluntariado da Associação, Fernanda Maurício, integrou um dos grupos de trabalho constituídos para discutir temas como a inclusão, a mentoria reforçada, o estado da arte do SVE, o papel das organizações de envio e acolhimento de voluntários ou a apresentação de ideias inovadoras. A participação da APCC nesta iniciativa surge depois da presença na “Conferência Europeia para a Futura Estratégia da EU para a Juventude”, realizada em maio passado, na Bélgica.

Em fevereiro do ano passado, três jovens utentes da APCC participaram na formação “Change Your Attitude”, que se realizou em Gánt, na Hungria, e tinha como principal objetivo promover a inclusão na sociedade de jovens com deficiência, com base numa experiência de voluntariado e de acordo com o Movimento de Vida Independente. Agora, este curso internacional foi destacado pela plataforma europeia SALTO-YOUTH como um projeto inspirador e exemplar.

Trata-se de um reconhecimento importante, uma vez que aquela rede de centros de recursos na área da juventude é a mais elevada instância europeia para este tipo de iniciativas. São, desta forma, salientados o trabalho realizado e a própria filosofia do projeto, que permitiu que todos os envolvidos (jovens com ou sem incapacidades) adquirissem conhecimento sobre vida independente, formulação concreta de objetivos, tolerância, assertividade, competências e instrumentos de comunicação, bem como gestão de stress, tempo e projetos.

A APCC está a recrutar dois jovens portugueses para vagas de voluntariado em Itália e França e esta pode ser a tua oportunidade para viver uma experiência inesquecível! Se tens entre os 18 e os 30 anos e gostavas de viver um período noutro país europeu – ou de voltar a fazê-lo – pondo em prática as tuas competências e desenvolvendo outras, contacta-nos já!

O voluntário que viajará para Itália passará seis meses (31 de julho de 2017 a 30 de janeiro de 2018) junto da associação Kara Bobowski, na cidade de Modigliana, ajudando e sugerindo atividades com pessoas com deficiência (utentes do centro de dia e residencial da instituição), bem como colaborando na organização de atividades e eventos para jovens (ajudará ter competências de design gráfico e falar um pouco de italiano).

Foram muitos os utentes e os colaboradores da APCC que ontem fizeram questão de assistir ao debate “Here We Are – Formas de Representação das Pessoas com Deficiência na Comunicação Social”, que decorreu na Quinta da Conraria, e em que foram convidados João Gaspar, mestre em jornalismo pela Universidade de Coimbra e correspondente da Agência Lusa, e Bernardo Vieira, vice-campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal de Paraciclismo em 2016 e utente da instituição.

Foram abordados temas como a visibilidade (ou falta dela) desta população nas notícias, as formas de abordagem aos temas da deficiência ou como estas são muitas vezes ‘impermeáveis’ à individualidade dos seus protagonistas. Num debate – moderado por Pedro Santos, responsável pela comunicação da Associação – que contou também com grande participação da assistência, houve ainda tempo para discutir temas paralelos, como a acessibilidade das pessoas com deficiência à informação ou à própria profissão de jornalista.