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Nova colheita de cogumelos da Quinta da Conraria, para ‘fechar’ o ano e perspetivar o melhor para 2022

Podemos olhar para o que ontem aconteceu como um bom prenúncio para o ano que está quase a começar: após um interregno, voltou a haver colheita de cogumelos na APCC! Em duas salas onde são garantidas ventilação permanente, humidade controlada e uma temperatura a rondar os 18 graus, debaixo das bancadas do Picadeiro da Quinta da Conraria, a engenheira agrónoma Margarida Domingues liderou a parte final de um processo que levou à frutificação dos pleurotus ostreatus (cogumelos ostra), uma espécie nutritiva e rica em proteínas que ali é cultivada.

O processo em si começa com a incubação dos blocos de micélio (um composto de palha de aveia esterilizada com estrume de cavalo) onde crescerão os cogumelos, que dura aproximadamente 20 a 30 dias. Depois, segue-se a fase de cultivo, que se prolonga por sensivelmente outro mês. No final desse período, finalmente, pode ser feita a colheita – que, no atual contexto, será realizada entre ontem e hoje e num segundo período, já no início de 2022 – que permitirá obter entre 3 a 4 quatro quilos de produto por cada um dos 200 blocos.

A produção de cogumelos na APCC foi iniciada com o objetivo de diversificar as práticas agrícolas na instituição e de desenvolver, nesse âmbito, um currículo formativo para pessoas com deficiência, com o objetivo último da sua integração no mercado de trabalho. Por razões relacionadas com a necessidade de fazer obras no Picadeiro e, posteriormente, com as limitações provocadas pela pandemia, foi interrompida há cerca de três anos, estando agora a ser retomada.

Neste sentido, perspetiva-se que os utentes da Associação possam voltar a ser integrados nesta atividade assim que estejam reunidas todas as condições que o possibilitem. E também que, nos próximos tempos, sejam recuperados os contactos que permitiam que a produção de cogumelos da Quinta da Conraria fosse colocada em diversos restaurantes e supermercados da zona de Coimbra. Para já, esta primeira colheita após o retomar da produção será escoada internamente, através de encomendas dos colaboradores.

A área de agricultura social da APCC recebe utentes do CACI – Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão e do CAARPD – Centro de Atendimento, Acompanhamento e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência (de acordo com as suas aptidões e interesse pela agricultura), bem como estudantes externos, apoiados pelo CRI – Centro de Recursos para Inclusão. Numa área de cerca mais de 25 hectares, que engloba terrenos de cultivo ao ar livre, estufas e salas de cultivo, as atividades desenvolvidas têm objetivos meramente agrícolas (produzir alimentos saudáveis, promover boas práticas agrícolas e ambientais) e outros de âmbito social (promover a inclusão, incentivar a autodeterminação).

A agricultura é praticada na Quinta da Conraria desde 1982, desenvolvendo um trabalho pioneiro no âmbito da agricultura social, que permitiu à Associação assumir-se como uma entidade de referência nesta área e em vertentes como a agricultura biológica, alimentação saudável ou desenvolvimento sustentável.