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No Dia Nacional da Paralisia Cerebral, o Dia Aberto da APCC reforçou a mensagem de que as portas da Associação nunca se fecham

O João reencontrou a Luísa, tal como o Fausto, o Pedro ou o Carlos. A Teresa não reconheceu alguns dos que a ela se dirigiram pelo nome, pois já não os via desde crianças. No meio das caras novas, o Mário reviu muitas outras que sempre fizeram parte da sua vida. E até o Miguel se reuniu aos outros membros da sua banda. O Dia Aberto da APCC foi, está bom de ver, um momento para reencontros, mas também foram muitos os que se deslocaram ao Centro de Reabilitação para conhecer a Associação e o seu trabalho.

E assim, no Dia Nacional da Paralisia Cerebral (que se assinalada anualmente a 20 de outubro), assistiu-se a uma emocionante partilha entre utentes – atuais e antigos –, familiares, trabalhadores – também neste caso com alguns ‘regressos’ –, voluntários, parceiros e amigos, mas em que participaram ainda grupos vindos de outras instituições ou de escolas – do jardim de infância ao ensino superior – e demais pessoas que quiseram demonstrar a sua disponibilidade para fazer com a APCC o caminho para uma sociedade aberta e inclusiva, com mais oportunidades e igualdade efetiva.

Durante um dia inteiro, os muitos visitantes dividiram-se pelos três pisos do Centro: contactaram com técnicos que explicaram o trabalho realizado nas respetivas áreas (na terapia ocupacional, na fisioterapia, na psicologia, no serviço social e muito mais), participaram em oficinas ou atividades interativas com o envolvimento dos utentes (de música, teatro, artes plásticas, expressão criativa e desporto), brincaram na Ludoteca “O Dragão Brincalhão”, jogaram os jogos ampliados da Oficina do Brinquedo, assistiram a conteúdos multimédia relacionados com o quotidiano da instituição ou compraram produtos agrícolas frescos do Mercadinho.

Feito o balanço, cumpriu-se certamente o desejo expresso pelo presidente da Direção da APCC, Fernando Filipe de Oliveira, nas palavras que dirigiu aos visitantes aquando do arranque da iniciativa: «Que este Dia Aberto venha a ser o início de muitas relações proveitosas para nós e também para vós». E sem dúvida que também se cumpriram os objetivos do Dia Nacional da Paralisia Cerebral: desmistificar preconceitos e mostrar à sociedade os desafios que as pessoas com paralisia cerebral e as suas famílias enfrentam.

O Dia Aberto foi a segunda iniciativa que a APCC levou a cabo no mês de outubro, com o objetivo de chamar a atenção para a importância da afirmação da identidade e do direito à participação das pessoas com paralisia cerebral. A primeira, que arrancou no dia 6 deste mês (coincidindo com o Dia Mundial da Paralisia Cerebral), consistiu na colocação de vários cartazes em diferentes pontos da cidade de Coimbra, com o mote ‘Estamos aqui’ e protagonizados por pessoas com paralisia cerebral exercendo diferentes direitos de cidadania.

A intervenção na comunidade, sensibilizando a sociedade para a questão da deficiência e interagindo com parceiros para operar a mudança, é uma das vertentes da atividade da APCC. Dela faz parte ainda o trabalho direto com milhares de utentes e suas famílias, em áreas como a habilitação e reabilitação, capacitação para a inclusão, reabilitação social, formação profissional, residências, recursos para a inclusão, formação de professores, reabilitação profissional, vida independente, apoio domiciliário e transportes, entre outros.