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Atividades animaram a cidade

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Entre 28 de maio e 1 de junho

Quando os meninos do jardim de infância de S. Bartolomeu chegaram ao Edifício Chiado, a Lai e o Márcio esperavam-nos. A Lai e o Márcio são dois clientes da APCC – Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra que, entre outras atividades, integram o grupo de bombos Sempr’A Bombar. A 28 de maio, Dia Internacional do Brincar, aceitaram dinamizar um ateliê de música que esteve de portas abertas para quem o quis conhecer.

Os meninos entraram curiosos, sobretudo, porque viram alinhados no museu muitos bombos, uns pequenos, outros grandes, maiores do que eles. O Márcio e a Lai logo lhes disseram «olá», assim como os professores Tiago Silva e Paulo Jacob. Estava tudo pronto para que a atividade iniciasse. Logo se percebeu que seriam momentos marcadamente especiais, pois os meninos frequentam um jardim de infância bilingue, são surdos e comunicam através da Língua Gestual Portuguesa (LGP). A acompanhá-los, além da educadora Lídia, esteve uma intérprete de LGP que lhes tornou acessíveis os desafios lançados pela equipa da APCC.

«O que é um bombo?». Lídia respondeu à pergunta lançada: «um dos principais instrumentos para fazer treino auditivo». Ou seja, a linguagem que naquela atividade se utilizou foi comum a todos.

Márcio foi o primeiro a tocar bombo. Colocou aquele sorriso gigante e mostrou, a cada batida, o quanto gosta de música. Os petizes riram e não evitaram colocar as mãos nas orelhas, reagindo às batidas que sentiam. O desafio? Aprender o ritmo para, depois, tocarem em conjunto.

Eis que o momento de cada um pegar na sua moca chegou. O Diogo foi o primeiro a avançar, os outros seguiram-no entusiasmados. A Laurinha teve medo, mas não tardou em ceder. O Márcio e a Lai, habituados que estão a tocar bombos, encontraram ali principiantes que, à segunda tentativa, já revelavam dotes artísticos. Se a APCC permitiu um momento de pura alegria a estas crianças, também elas lhes ensinaram coisas. Mostraram-lhes, por exemplo, como dizer «começar» e «parar» em LGP.

Quando os meninos regressaram ao jardim de infância, o ateliê saiu à rua. Foi, em plena Ferreira Borges, que professores e clientes desafiaram os trauseuntes, sobretudo turistas, a experimentar tocar bombos. E eles aderiram.

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Este ateliê de música foi uma das muitas atividades que, entre 28 de maio e 1 de junho, constituíram o «Coimbra a Brincar», uma iniciativa que quis sensibilizar a comunidade para a importância do brincar. Destacou-se que se trata de um ato que não se deve circunscrever às crianças por ser transversal e necessário a todas as gerações. Foram, assim, organizadas por toda a cidade atividades lúdicas, workshops, ateliês, conferências e apresentações de livros.

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Juntaram-se à APCC vários parceiros, nomeadamente: Câmara Municipal de Coimbra; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Exploratório Centro Ciência Viva Coimbra; Museu Nacional de Machado de Castro; Liga de Amigos MNMC; Museu Municipal de Coimbra Edifício Chiado; Livraria Élia Ramalho; Instituto de Apoio à Criança; Associação Nacional de Intervenção Precoce; Portugal dos Pequenitos; João Brincalhão; Jardim Botânico da Universidade de Coimbra; Instituto Técnico Artístico e Profissional de Coimbra; Academia de Basquetebol.

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A APCC convidou, ainda, várias empresas a instituir cinco minutos de brincadeira, de modo a permitir aos colaboradores jogar, por exemplo, a jogos tradicionais portugueses. O Instituto Pedro Nunes foi uma das entidades que aderiu, assim como os Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra.