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Inauguração de “Viagem elementArte” deu destaque ao processo de criação dos utentes da URDP 2

O tema é o ambiente e as alterações climáticas, mas também o percurso que cada autor realizou até ao resultado que agora é mostrado ao público. É por isso que a exposição ontem inaugurada pela APCC, na Quinta da Conraria, leva o nome “Viagem elementArte” e que, no primeiro dia em que esteve patente, o destaque foi dado tanto às pinturas criadas pelos utentes da sala URDP 2, como ao processo e aos métodos que permitiram a sua concretização.

Espalhados pelo espaço, cerca de duas dezenas de trabalhos são o ponto final de um périplo que foi motivado pela necessidade de sensibilizar a sociedade para a beleza e o equilíbrio da natureza. Neles, as representações de animais são, em si mesmo, uma chamada de atenção para o muito que estamos em risco de perder caso não sejam tomadas medidas para manter e preservar a sustentabilidade do planeta.

Divididas em quatro grupos – a que correspondem os elementos ar, água, terra e luz e as respetivas ameaças da poluição atmosférica, poluição hídrica, poluição dos solos e poluição luminosa – estas pinturas representam, por todas aquelas razões, uma intervenção com ambições artísticas e sociais. Mas também um espaço de afirmação dos utentes da sala URDP 2 e das suas capacidades, nomeadamente, as de escolher, decidir, opinar e criar.

Essa perceção ficou ontem particularmente clara com a possibilidade que foi dada aos primeiros visitantes da exposição “Viagem elementArte” de experimentar os mecanismos suplementares que permitem a este grupo de utentes realizar tarefas como pintar, cortar, colar ou agarrar. A utilização desses objetos acabou por ter, para os ‘corajosos’ que se atreveram a dar um passo em frente, a mesma dimensão de descoberta que, todos os dias, percorre o trabalho realizado na URDP 2 pela professora Maria Rebelo no campo da expressão criativa e multimédia.

A exposição “Viagem elementArte” reúne pinturas de Alexandra Choon, André Meira, Arlindo Vázio, Cláudio Gante, Hélder Borges, João Raúl, José Manuel, Luís Capela, Luís Martins, Paulo Sérgio, Raquel Miranda, Ricardo Ferreira, Sérgio Felício e Susana Cascalheira. Ficará patente até 10 de janeiro de 2020 (com uma interrupção entre 24 de dezembro e 2 de janeiro), nos dias úteis entre as 10H45 e as 12H00. Este horário, coincidente com o funcionamento da sala URDP 2, permitirá aos visitantes assistir à sua dinâmica criativa ao longo de todo o tempo da mostra e constatar como se parte sempre da valorização das capacidades de cada uma das pessoas envolvidas.

Os objetivos das atividades de expressão criativa e multimédia na URDP 2 são explorar as potencialidades dos utentes, promover a criatividade artística, desenvolver competências de raciocínio lógico e de coordenação motora e expressar emoções e sentimentos através da criação com materiais. Neste sentido, não se procura a produção de obras de arte nem a formação de artistas, mas abre-se a possibilidade de serem reveladas competências e talentos na arte. O centro da atividade é, por isso, o ato de criar, que é expressivo, e não a obra criada.

Esta sala integra a URDP – Unidade de Reabilitação de Deficientes Profundos da APCC, onde é dada resposta a pessoas com maior grau de dependência e incapacidade. Esta unidade está integrada no CAARPD – Centro de Atendimento, Acompanhamento e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência, um serviço especializado que disponibiliza serviços de capacitação e suporte aos utentes e às suas famílias ou cuidadores informais. Pode saber mais em www.apc-coimbra.org.pt/?page_id=250.