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Finalmente juntos: elementos do Sala T apresentaram “Mim”, o espetáculo que conta as suas histórias, aos familiares

E se na Quinta da Conraria, casa que guarda metaforicamente as histórias da APCC, dos seus utentes, familiares e colaboradores, fosse criado um espaço real onde essas histórias pudessem ser fixadas e, simultaneamente, reimaginadas de cada vez que as contassem? Já vai distante no tempo esta ideia que viria a dar origem ao projeto “O Museu de Nós!” e, integrado nele, a um álbum de histórias em forma de espetáculo, de nome “Mim”, criado pelo grupo de teatro Sala T e que foi estreado online em dezembro de 2020.

Desde esta data que as histórias acabaram por ficar guardadas nos armários da Sala do Teatro da Quinta da Conraria, local diário das dinâmicas de expressão dramática. Mas as portas desses armários voltaram a ser abertas na passada semana, para partilhar com os familiares dos membros daquele coletivo teatral duas novas apresentações de “Mim” (já depois de, em setembro e outubro do ano passado, algumas sessões dirigidas a utentes da Associação).

Para sermos precisos, devemos dizer que se assistiram a recriações, uma vez que as dinâmicas do Sala T e do próprio espaço trouxeram outros protagonistas, pelo que cada nova apresentação representa um espetáculo diferente, incluindo aqueles que não participaram na versão original (que continua disponível em https://bit.ly/Mim_MuseudeNos). Afinal, se as portas dos armários ao serem abertas são como bocas que se abrem para contar as histórias ali guardadas, é apenas natural que pontos vão sendo acrescentados…

O que não parece mudar, mas, no entanto, não deixa de surpreender, é o turbilhão de emoções que se vive, em cena e entre o público, ao longo dos cerca de 40 minutos do espetáculo. Talvez até o facto de “Mim” estar agora a ser finalmente mostrado presencialmente àqueles que melhor conhecem cada um dos atores faça exacerbar os sentimentos – dando, de resto, mostra da capacidade única do teatro de cruzar a ficção com a vida.

Para assinalar – e celebrar – este que foi também um momento de reencontro presencial ao fim de mais de dois anos, utentes e familiares participaram ainda num ateliê de cianotipia (uma técnica de impressão usada nas fotografias que ajudaram a contar as histórias de “Mim”). Com algumas frases que fizeram parte do espetáculo e outros elementos, como flores ou desenhos, criaram a sua própria imagem única, que ajudará a recordar este(s) dia(s).

Recorde-se que as caixas com as histórias de “Mim” criadas no âmbito de “O Museu de Nós!” (um projeto cofinanciado pelo INR – Instituto Nacional para a Reabilitação) integraram também a iniciativa “Fora de Sítio”, que, em março deste ano, levou o teatro e as artes plásticas da APCC à Baixa de Coimbra, tendo ficado expostas nas montras de diversas lojas durante cerca de duas semanas.

O teatro é uma das várias áreas artísticas que constituem uma parte importante da ação da APCC enquanto promotora da inclusão social. É desenvolvido tanto através de dinâmicas no campo da expressão dramática, como de apresentações ao público, dentro e fora das instalações da instituição, que conta atualmente com dois grupos teatrais ativos (Sala T e Projeto Estúdio). Pode saber mais em www.apc-coimbra.org.pt/?page_id=247.