A comunicação é algo primordial, pois comunicamos desde que nascemos, mas não acontece só através da fala. Foi esta a ideia inicial duas sessões sobre comunicação aumentativa, dirigidas a colaboradores das diversas respostas e serviços do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral, que decorreram no final da passada semana e em que a equipa do Departamento de Terapia da Fala lançou o desafio de identificar com informação gráfica e simbólica todos os espaços daquela unidade da APCC.
O objetivo é, como foi explicado, construir uma rede de suporte que permitirá adaptar o contexto em que estão inseridos os utentes da Associação – muitos dos quais não comunicam pela fala – e torná-lo mais inclusivo. O primeiro passo será fazer corresponder símbolos (alguns já convencionados e outros que será necessário estipular) aos diferentes espaços, alargando, dessa forma, a diversa sinalética já existente no Centro.
Estas sessões serviram ainda para dar o necessário enquadramento à ação, abordando os tipos de comunicação aumentativa (que é, em termos simples, toda a comunicação que não se resume à fala) e os seus múltiplos sistemas, como expressões faciais, quadros de comunicação com símbolos, gestos ou suportes tecnológicos. E para reforçar entre todos a ideia de que o direito à liberdade de expressão e opinião e acesso à informação é uma prerrogativa básica, consagrada na própria Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
No Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Coimbra é desenvolvido um modelo de intervenção interdisciplinar e colaborativo, centrado na família e nas suas necessidades e da criança. Entre as respostas asseguradas está a terapia da fala, que atua na prevenção, avaliação, diagnóstico, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita, mas também outras formas de comunicação não-verbal. Pode saber mais em www.apc-coimbra.org.pt/?page_id=664.