Projetos

Ainda este mês, a APCC receberá em estágio quatro alunos do Curso Profissional Técnico em Atenção a Pessoas em Situação de Dependência, do Instituto de Educación Secundaria Jálama (Espanha), repetindo a experiência já ocorrida em 2022. Mas, para facilitar a integração daqueles jovens, eles puderam já ontem ficar a conhecer a instituição, ao realizar uma visita ao Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral, Quinta da Conraria e Lar Integrado, na qual foram acompanhados por alguns dos seus professores.

Ao longo do dia, puderam conversar com dirigentes e técnicos da Associação, tendo um primeiro contacto com as diversas respostas e serviços oferecidos e começando já a antever o período formativo prático que se seguirá. A visita serviu ainda para analisar as condições para a realização dos estágios em causa e para auscultar expetativas, na certeza de que este foi apenas o primeiro passo de um caminho que será feito em conjunto.

Na semana em que se assinala o Dia Europeu da Independente (5 de maio), este tema esteve no centro das atenções na APCC. Ontem, um dia depois do Seminário Internacional “Desafios à Participação – 3 Anos de Assistência Pessoal”, questões como a assistência pessoal, as políticas para a inclusão ou a importância da autodeterminação voltaram a ser discutidas, desta vez com a realização de dois workshops, no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral. Como ponto comum, registou-se a presença de Michael Holden, que dinamizou ambas as sessões.

Diretor da ENIL – Rede Europeia de Vida Independente, Holden é uma personalidade com contributos reconhecidos para a definição de políticas no seu país e internacionalmente, além de líder de uma empresa social que emprega apenas pessoas com deficiência, tendo sido agraciado com a Medalha do Império Britânico pelos seus feitos e serviço público à comunidade com deficiência. A sua experiência e disponibilidade para trocar ideias foram, assim, uma oportunidade valiosa.

Como pode um projeto europeu ser um vetor de inclusão no campo da cultura? Esta é a pergunta para a qual se vai procurar resposta no dia 14 de outubro, num evento integrado nos Erasmus Days que terá lugar na cidade francesa de Nantes e em que a APCC foi convidada a dar o seu testemunho, tendo em conta a larga experiência da instituição neste campo. Paulo Jacob, responsável pelo Departamento de Música, participará assim numa mesa-redonda em que falará especificamente sobre o trabalho que ali é realizado no âmbito do acesso à música e à criação sonora.

Será abordado em particular o caso do projeto Erasmus+ “Change 2 Regard”, dinamizado pela APCC, com instituições parceiras da Bélgica, França e Canadá, precisamente com o propósito de promover o acesso à cultura para todos e especialmente à prática musical. Com a participação também de elementos de outros parceiros do projeto, irá ser apresentada a abordagem adotada, que permitiu a produção de produtos intelectuais como um manual de boas práticas sobre música, tecnologia e acessibilidade.

“Somos Punks ou Não?”, o documentário que partilha o título com o primeiro disco editado pelos 5ª Punkada e que mostra o seu processo de gravação, foi anunciado entre a seleção de filmes a exibir durante a feira e festival de promoção musical WOMEX 22, que terá lugar de 19 a 23 de outubro, em Lisboa. O filme realizado por Telmo Soares fará parte da secção do evento destinada a novos projetos e colaborações, que decorrerá na Altice Arena.

O WOMEX é um dos eventos mundiais mais importantes para os profissionais da indústria da música, sendo esta a segunda vez que se realiza em Portugal. O ciclo de cinema – para o qual foram selecionadas 21 obras de diversos países – faz parte de um programa mais alargado, que inclui também concertos, palestras e uma entrega de prémios.

A parceria da APCC com a Universidade Eötvös Lorand tem sete anos e permitiu já a diversos estudantes daquela instituição de ensino húngara realizar estágios de trabalho em Portugal, bem como outras formas de mobilidade profissional. Foi no âmbito desta relação que duas docentes estiveram esta semana em Coimbra para visitar diversos serviços da Associação e contactar com os seus profissionais e dirigentes.

As professoras Anita Virányi e Mónika Macher (ambas da Faculdade de Necessidades Educativas Especiais Bárczi Gusztáv) puderam, desta forma, discutir e partilhar experiências, comparando as realidades dos dois países, em particular na área do ensino especial e da educação inclusiva. A oportunidade serviu ainda para perceber, em particular, as mudanças que tiveram de ser implementadas no funcionamento diário da APCC no contexto da pandemia da Covid-19.