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As crianças com paralisia cerebral também têm “Anos Incríveis?”

AnosIncríveisSerá que estratégias utilizadas para reduzir os distúrbios de comportamento em crianças com hiperatividade, défice de atenção ou agressividade podem também melhorar a qualidade de vida de crianças com paralisia cerebral? É a resposta a esta pergunta que está a ser procurada na Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), com a implementação do Programa de Educação Parental Anos Incríveis.

Em ‘teste’ vão estar práticas como brincar dez minutos diários com os filhos sem fazer mais nada em simultâneo, dar ordens sem se zangar ou aplicar ‘tempos de pausa’. Trata-se de um estudo inédito em Portugal, dado que é a primeira vez que se avalia a eficácia deste programa numa população com paralisia cerebral.

Nesta parceria entre a APCC e a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) estão envolvidas, numa primeira fase que decorrerá até Julho, nove famílias com crianças dos 2 aos 7 anos de idade, todas utentes da APCC. Para a segunda fase, foram já selecionadas 12 famílias, embora a equipa responsável pelo projeto continue a recrutar e avaliar participantes. As atividades decorrem no Centro de Reabilitação da APCC, em sessões semanais dinamizadas por investigadores e colaboradores da FPCEUC.

O Programa Anos Incríveis é desenvolvido há várias décadas nos Estados Unidos e está implementado em vários outros países do mundo, tendo como objetivo diminuir os fatores de risco familiar através da promoção de competências parentais, do fortalecimento das famílias e do aumento da sua compreensão acerca de vários aspetos do desenvolvimento infantil e das diferentes características temperamentais da criança.

No ano em que se comemora o quadragésimo aniversário da APCC, esta é mais uma iniciativa que pretende melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens com paralisia cerebral, e dotá-los e aos seus familiares de diferentes estratégias para lidar com os desafios do quotidiano.

«Ao longo dos seus 40 anos de existência, a APCC sempre procurou as melhores práticas nacionais e internacionais para solucionar alguns dos problemas das pessoas com paralisia cerebral e suas famílias, bem como desenvolveu programas inovadores sempre com o objetivo de melhorar a qualidade de vida destas pessoas. Este programa é mais uma dessas estratégias que intensificam a marca da APCC», conclui Teresa Paiva, diretora técnica do Centro de Reabilitação.