Quinta da Conraria

No dia 21 de março, assinalou-se um pouco por todo o mundo o Dia da Árvore e das Florestas, mas na Quinta da Conraria a celebração não se ficou por essa segunda-feira e prolongou-se ao longo da semana! Na Quinta Pedagógica “O Caracol”, os alunos em Plano Individual de Transição e alguns utentes do CACI – Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão da APCC participaram em diversas atividades planeadas para fazer uma enorme festa, mas também passar a mensagem da importância das florestas para a vida na Terra.

Assim, logo para arrancar da melhor maneira, o Dia da Árvore foi assinalado com a confeção de um bolo árvore – que, mesmo feito de cenoura, era de um verde de fazer inveja a qualquer cipreste ou pinheiro e inspirou a veia artística dos participantes – e muita água na boca! E fomos por ali fora nos restantes dias, com atividades como a plantação de árvores de fruto (pereira e macieira) e jogos de Identificação de árvores de folha caduca e de folha persistente!

Agora que a Alice Lambert-Quénaon, a Antonia Tiepoldt, a Luise Göttlich e a Roberta DeGiorgio – as voluntárias europeias que estão connosco na APCC desde agosto do ano passado – estão quase a regressar aos seus países, há muitas coisas relacionadas com elas que temos a certeza de que nunca nos iremos esquecer… e também uma outra que, de forma muito evidente, nos fará recordá-las todos os dias.

É que, no espaço da Quinta Pedagógica “O Caracol”, existe agora um mural, inspirado no imaginário de “Alice no País das Maravilhas”, pintado pelas quatro e que dá um colorido diferente a uma zona já por si cheia de vida! Assim, enquanto se semeia e se planta (seja nas atividades da Quinta Pedagógica ou outras da instituição), mas também num qualquer passeio sempre agradável pelo espaço, torna-se também possível ‘viajar’…

Viajar até ...

Foram muitas as vezes, nos quase seis meses que as voluntárias europeias Alice Lambert-Quénaon, Antonia Tiepoldt, Luise Göttlich e Roberta DeGiorgio já levam na APCC, que elas partilharam a cozinha da Sala do Redondo com os utentes daquele espaço do CACI – Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão. Mas ontem foi uma ocasião especial, porque, na iminência do regresso a casa daquelas quatro jovens, foi dia de um último almoço partilhado…

E para a despedida, houve sabores da Áustria, com a confeção de schupfnudeln, uma espécie de bolinhos de massa moldados à mão, em cuja preparação, como tantas vezes aconteceu, todos puderam participar e, depois, saborear juntos. E como isto aconteceu no Dia de São Valentim, e para celebrar este tipo de amor tão particular, houve também uma surpresa para as nossas voluntárias: um delicioso bolo de chocolate!

E se ...

Na APCC, em particular na Quinta Pedagógica “O Caracol”, gostamos sempre de um bom motivo para descobrir e partilhar conhecimento sobre uma alimentação (e uma vida) saudável! Por isso, o Dia das Leguminosas – que ontem se celebrou em todo o mundo – não podia passar sem ser assinalado na Quinta da Conraria! E assim, um grupo de utentes do CACI – Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão participou num conjunto de atividades tão divertidas quanto pedagógicas.

Deambularam entre diferentes jogos e desafios envolvendo sempre diferentes tipos de leguminosas – como descobrir um nome escondido usando código Morse, identificar sementes ou fazer ‘obras de arte’, por exemplo – e ainda puderam aprender sobre as características e os benefícios deste tipo de alimento, algumas curiosidades e até receitas! E, pois claro, não podiam deixar de meter as mãos na terra para semear!

Podemos olhar para o que ontem aconteceu como um bom prenúncio para o ano que está quase a começar: após um interregno, voltou a haver colheita de cogumelos na APCC! Em duas salas onde são garantidas ventilação permanente, humidade controlada e uma temperatura a rondar os 18 graus, debaixo das bancadas do Picadeiro da Quinta da Conraria, a engenheira agrónoma Margarida Domingues liderou a parte final de um processo que levou à frutificação dos pleurotus ostreatus (cogumelos ostra), uma espécie nutritiva e rica em proteínas que ali é cultivada.

O processo em si começa com a incubação dos blocos de micélio (um composto de palha de aveia esterilizada com estrume de cavalo) onde crescerão os cogumelos, que dura aproximadamente 20 a 30 dias. Depois, segue-se a fase de cultivo, que se prolonga por sensivelmente outro mês. No final desse período, finalmente, pode ser feita a colheita – que, no atual contexto, será realizada entre ontem e hoje e num segundo período, já no início de 2022 – que permitirá obter entre 3 a 4 quatro quilos de produto por cada um dos 200 blocos.