Quinta da Conraria

A atuação da conhecida cantora Raquel Ralha poderá bem ter sido a maior surpresa do Convívio de Natal da Quinta da Conraria, mas ela não foi a única estrela a subir ontem ao palco do Salão do CPT Sobral de Ceira… Porque os utentes e colaboradores da APCC fizeram questão de mostrar que, mesmo menos habituados às luzes da ribalta (pelo menos a maioria deles), tinham também muito talento para mostrar.

E assim houve poesia, música, dança, marionetas, vídeo, fotografia e, sobretudo, uma entrega e um compromisso que fariam corar muitas produções profissionais. E, claro, também muita alegria e entusiasmo, até porque o tema era este ano “O Nosso Natal” e todos fizeram questão de dar o seu melhor.

Houve...

A Quinta da Conraria é, desde ontem e durante uma semana, uma espécie de Hollywood da APCC. Tudo porque já começaram as gravações de “Mudo”, uma curta-metragem sobre a mudança – em que os atores são os membros dos grupos de teatro da Associação (Sala T e Teatro Estúdio) – que vai levar os espectadores a entrar numa cidade que pode ou não ser de brincar.

Para já, e antes de passar para a tela, trata-se de uma cidade que existe apenas numa casa da Quinta, transformada em estúdio, sala de caracterização e oficina de cenografia. Construída integralmente com cartão, tal como os adereços usados, será esta cidade sem nome nem localização particular que assistirá ao desenrolar de uma história em que a personagem central é um músico e as relações que este estabelece com os outros habitantes do seu prédio.

Primeiro, a Katharina Zvetolec trouxe-nos iguarias da Áustria. Depois, o Luca Rosania serviu-nos pratos da Bélgica. Mais tarde, a Katharina Bux permitiu-nos conhecer especialidades da Alemanha. A seguir, a Carlotta Beoletto pôs-nos a provar sabores da Itália. E ontem, o ciclo dos Almoços Interculturais fechou-se quando mostrámos aos nossos quatro voluntários europeus (mais) um pouco da cozinha portuguesa.

E como sem uma grande equipa não há grandes chefs, em cada almoço foi indispensável a ajuda das cozinheiras da APCC no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral e na Quinta da Conraria, sempre prontas para conhecer outras gastronomias e para partilhar um ou outro ‘truque’ delicioso.

Entre as bancas com alfaces e batatas, laranjas e romãs, compotas e doces, mas também bonecas de trapo, tapetes ou almofadas, centenas de pessoas circulavam, no final da semana passada, na Feira das Colheitas da Quinta da Conraria, descobrindo os sabores e saberes do outono ou até à procura da prenda ideal agora que se aproxima a quadra natalícia.

No Dia de São Martinho (11 de novembro), foi desta forma que a APCC promoveu os seus produtos hortícolas, gastronómicos e artesanais, que todos os dias são produzidos no âmbito das atividades que se concentram naquela quinta em Ceira, sejam os que se relacionam com a típica vida rural, como os que se enquadram no campo da formação profissional.

Os sabores, saberes e artes da época vão voltar a ser o mote para mais uma Feira das Colheitas da APCC. No Dia de São Martinho, 11 de novembro, a Quinta da Conraria recebe de novo todos os que quiserem conhecer os seus produtos agrícolas e gastronómicos, assim como o artesanato e os ofícios.

Pelas 10H30, o grupo de bombos da APCC – os Semp’a Bombar – dará início a um evento que celebra ainda a cultura da região e o ambiente rural. No Picadeiro da Quinta da Conraria, os visitantes encontrarão várias barraquinhas de vendas, com produtos hortícolas, frutos ou compotas, mas também peças de artesanato ou utilidades.