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Depois de dois anos de ausência forçada, o convite era claro: no Dia de São Martinho, utentes, colaboradores e voluntários da APCC estariam prontos para receber no picadeiro da Quinta da Conraria todos os que quisessem juntar-se à grande celebração que é a Feira das Colheitas. Mas como até o próprio santo pareceu esmerar-se nos contornos do seu costumeiro milagre, proporcionando um dia particularmente soalheiro, foi na eira que se decidiu fazer a festa, aproveitando os raios de sol para iluminar uma jornada que teria sempre uma luz muito especial.

No mais, tudo foi como já tínhamos muitas saudades de viver: os visitantes e a família APCC percorreram as diversas bancas com muitos produtos que remetem aos sabores e saberes do outono e tentaram a sua sorte no sorteio da quermesse, mas também se divertiram com os jogos tradicionais e dançaram com a música do DJ Punk, que, já depois de ter animado a manhã, foi o grande responsável pela energia positiva do Baile das Colheitas, durante a tarde.

Durante anos e anos, foi uma marca na vida da APCC: na Feira das Colheitas, celebrava-se o outono e os seus sabores e saberes, juntando utentes, colaboradores, voluntários e a toda a comunidade. Pois no próximo dia 11 de novembro, depois de dois anos de paragem forçada, esta grande festa vai estar de volta à Quinta da Conraria e já só conseguimos mesmo é contar o tempo até à abertura do evento!

No picadeiro, a partir das 10H30, não vão faltar as frutas, os legumes, as compotas, as peças de artesanato, as utilidades e outros produtos ligados a esta época do ano, mas também ao quotidiano da Quinta da Conraria – onde se concentram valências da Associação nos campos das atividades de capacitação, da reabilitação social ou da formação profissional. E não podemos deixar de referir também a sempre muito concorrida quermesse!

A troca de experiências e de informações sobre boas práticas e as diferenças, nomeadamente a nível de enquadramento legislativo e político, entre Portugal e França foi a nota dominante da Conferência Internacional “Profissionais pela Inclusão Sociolaboral”, que a APCC organizou no passado dia 16 de setembro, no Centro de Formação de Almalaguês. A iniciativa decorreu no âmbito da participação da Associação num grupo de trabalho sobre esta temática promovido pela A3S, uma entidade sem fins lucrativos de investigação e desenvolvimento.

O trabalho levado a cabo pelas equipas da Formação Profissional e do Centro de Recursos Local da APCC, que motivou o desejo dos parceiros envolvidos em conhecer a instituição, foi um dos temas abordados neste encontro, mas houve também espaço para conhecer um projeto francês de desenvolvimento de competências junto de pessoas adultas com baixas qualificações ou em situação de analfabetismo.

Foi entre família e amigos que Liliana Ferreira inaugurou, no passado dia 15 de julho, a sua primeira exposição em nome próprio, no Centro Comunitário da Granja e Gândara. A ‘jogar em casa’ (sendo natural de Coimbra, viveu em Granja de Ançã toda a sua vida), a artista mostrou à comunidade cerca de uma dezena das obras que tem vindo a criar no âmbito das sessões de artes plásticas na APCC, num final de tarde em que a palavra felicidade foi a nota dominante.

Desde logo, a felicidade da própria Liliana Ferreira em poder partilhar o seu trabalho no local onde, de certa forma, tudo começou – o edifício que acolhe a exposição é a antiga escola básica que frequentou. Depois, a felicidade e orgulho das várias pessoas ligadas à APCC (entre as quais, o presidente da Direção, Fernando Filipe de Oliveira) que não quiseram faltar a este momento tão significativo e vivê-lo com a artista plástica.

São cerca de 250 obras – pinturas, desenhos e peças escultóricas – criadas nos últimos 16 anos, no âmbito das atividades de artes plásticas na APCC, por 60 artistas diferentes, todos utentes da instituição. Estão agora à venda no Bazar d’Sala, que foi inaugurado ontem (6 de junho), na Sala Multiusos da Quinta da Conraria, e que decorre sob o mote ‘ComprarArte antes que seja tarde’.

Na ocasião, estiveram presentes alguns dos criadores e outros alunos do Departamento de Artes Plásticas, numa dinâmica que será repetida todos os dias até 9 de junho e que permitirá que os visitantes desta exposição (aberta sempre entre as 10H00 e as 19H00) tenham um contacto direto com a atividade habitual do espaço e o processo criativo como ele ali se desenvolve.