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Estudo premiado sobre estimulação visual, que contou com participação da APCC, foi apresentado no Centro de Reabilitação

As abordagens de estimulação visual devem tornar-se parte integrante dos programas de reabilitação de rotina. É esta a principal conclusão do estudo “Impacto da Terapia de Estimulação Visual na Abordagem do Défice Visual Cerebral em Crianças com Paralisia Cerebral”, realizado por uma equipa que incluiu elementos da APCC, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que foi apresentado no Centro de Reabilitação no final da passada semana.

Naquela investigação – em que estiveram envolvidos elementos das equipas médica e de terapia ocupacional da consulta de oftalmologia da Associação – foram avaliadas crianças entre os 6 meses e os 14 anos, com défice visual cerebral (uma disfunção que afeta a função visual devido a uma lesão no cérebro, não relacionada diretamente com os olhos), para avaliar se uma abordagem personalizada e multidisciplinar de reabilitação visual, como aquela que é realizada na APCC, contribui para a recuperação.

Na sessão da passada sexta-feira, numa apresentação da médica oftalmologista Inês Figueiredo perante profissionais das equipas interdisciplinares do Centro de Reabilitação, foi possível ficar a saber que todas as crianças apresentaram melhorias ao nível do défice visual cerebral, além de o seu nível de função visual ter aumentado significativamente. Deste trabalho resultou ainda um conjunto de propostas de ação, que incluem a criação nas instituições de espaços para estimulação visual e de equipas com competências de oftalmologia e terapia ocupacional.

Na APCC, estes dois fatores são já uma realidade, sendo realizadas em permanência, no Centro de Reabilitação, consultas de oftalmologia e sessões de estimulação visual, numa interligação entre médicos e terapeutas ocupacionais, empregando recursos adquiridos ou criados de raiz (entre os quais, uma sala própria para a baixa visão).

O estudo “Impacto da Terapia de Estimulação Visual na Abordagem do Défice Visual Cerebral em Crianças com Paralisia Cerebral” foi apresentado no 66.º Congresso Português de Oftalmologia (organizado pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia) no final do ano passado, tendo vencido o Prémio Essilor, e foi levado por Marisa Carmo, terapeuta ocupacional da APCC, ao recente 1º Congresso Multidisciplinar sobre Paralisia Cerebral (promovido pela Associação do Porto de Paralisia Cerebral), onde recebeu uma menção honrosa para Melhor Comunicação Livre.

No Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Coimbra é desenvolvido um modelo de intervenção interdisciplinar e colaborativo, centrado na família e nas suas necessidades e da criança. O trabalho realizado, em que a reabilitação é entendida como um processo global, contínuo e dinâmico, com impacto na vida de utentes, famílias e comunidade, pretende levar a que os diferentes atores se tornem facilitadores e promotores do processo habilitativo.