Desporto

Para o râguebi da APCC, por conta dos avanços e recuos da pandemia, os últimos dois anos têm sido feitos de umas quantas exclusões temporárias, algumas placagens aos planos e bastantes impedimentos à simples prática da modalidade. Mas isso não fez desaparecer a vontade de marcar esse grande ensaio que seria converter esse grande objetivo inicial de fazer deste projeto o pontapé de saída de um movimento verdadeiramente inclusivo, a nível nacional.

Não surpreendeu ninguém, por isso, a enorme alegria com que um renovado grupo de utentes do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) e do Centro de Atendimento, Acompanhamento e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência (CAARPD) da APCC se entregou ao primeiro treino depois de uma longa interrupção. Foi na tarde de ontem, na Quinta da Conraria, e foi evidente o entusiasmo redobrado de todos.

Prometia ser sobretudo uma grande festa, juntando muitas das maiores esperanças nacionais do boccia, e foi mesmo isso que aconteceu! No passado sábado, decorreu na Maia o Torneio de Novos Talentos Sub-13 e Sub-21 e a APCC levou até ao Norte do país a Ana Laura Ferreira, o Bernardo Iglesias e o Miguel Amador, para um dia de competição que envolveu as vertentes dos jogos ‘clássicos’ e da competição de skills.

Com a Ana Laura a competir no escalão etário mais alto da classe BC3 e o Bernardo e o Miguel nos mais jovens, respetivamente, das classes BC1 e BC3, esta foi sobretudo uma oportunidade para retomar aprendizagens que só o ambiente de uma prova pode proporcionar, com todos a empenharem-se ao máximo. Como cereja no topo do bolo, o Miguel ainda conseguiu alcançar duas medalhas de prata, nas competições de individuais e de skills.

A época é longa e é preciso planear muito bem para chegar ao pico de forma na altura certa. Neste momento, a equipa de natação da APCC já começa a ter os olhos no Campeonato Nacional de Verão de Natação Adaptada, apesar de ele ainda estar a alguns meses de distância, pelo que é importante estabelecer desde já uma estratégia que permita, por um lado, obter os tempos mínimos para essa prova e, por outro, ir preparando essa etapa final do ano desportivo.

Assim, a viagem da Bárbara Gomes, da Carolina Lourenço, do Joel Pereira e do Ruben Santos até Recarei, para participar no Encontro Regional de Natação Adaptada da Associação de Natação do Norte de Portugal, foi feita com o objetivo principal de participar em algumas provas em que os nadadores da Associação não competem habitualmente. E, claro, porque disso eles nunca abdicam, de dar o melhor a cada braçada! Contas feitas, foi isso mesmo que aconteceu: mais cinco recordes pessoais e 12 mínimos para os Nacionais!

Foram cerca de dois anos à espera: o boccia da APCC voltou a uma competição, depois de uma longa paragem provocada pelos condicionamentos impostos pela pandemia à modalidade. A última vez que um grupo de jogadores tinha representado a Associação foi em fevereiro de 2020, no Campeonato Regional de Individuais BC1, BC2, BC4 e BC5, e o regresso fez-se agora pelas mãos da Ana Laura Ferreira, da Mariana Silva e do Ricardo Ferreira, no Campeonato Regional de Individuais BC3, que se disputou em Viseu.

E foi um regresso em grande estilo! Com cada atleta a competir numa divisão diferente – fruto do novo modelo das competições que começou agora a ser implementado – todos conseguiram subir ao pódio! O Ricardo sagrou-se vice-campeão regional da 1ª Divisão, a Mariana foi a vencedora da 2ª Divisão e garantiu a subida de escalão, enquanto a Ana Laura, que se estreou em provas fora do circuito de Esperanças, conseguiu o terceiro lugar da 3ª Divisão!

Depois de um Campeonato Nacional de Inverno de Natação Adaptada marcado pelo sucesso coletivo, as grandes marcas e várias medalhas, a equipa da natação da APCC não precisou de ir muito longe para iniciar a segunda metade da época. Foi mesmo por Coimbra que ficaram a Bárbara Gomes, a Carolina Lourenço, o Joel Pereira, a Matilde Gaspar e o Ruben Santos, que participaram no Campeonato Regional de Clubes – Infantis e Absolutos.

Sabendo do empenho máximo que foi colocado na participação nos Nacionais, era de admitir uma certa descompressão, que algumas falhas técnicas confirmaram. Mesmo assim, ainda deu para participar em oito provas, bater um recorde pessoal e, provavelmente mais importante do que isso, retomar a atitude competitiva e mentalizar todos para a importância dos treinos e da dedicação para os sucessos que se desejam para o resto do ano desportivo.