«Primeiro há o traço descontrolado dos lápis, as cores são misturadas com todos os músculos do corpo, exercício árduo de luz e exaltação. Aprofunda-se o olhar para o esboço das flores, pétala a pétala, sépalas abertas em verde orvalhado, pólen em pó, sombras com contornos de sol e de mel.
A partir do vazio, as formas se formam para dar mais espaço à realidade. Este é a marca predominante onde se evidência a singularidade de cada trabalho. As assinaturas são bem explícitas, seja pelo braço retorcido, pelo pescoço mais alongado, pela concentração que salta de esquecimento em esquecimento sem nunca se pôr em fuga, pelo pé que aperta a noite entre os dedos, pela dor levada em ombros sem se deixar vencer, pelo esforço que inventa a força, pela plenitude que se concretiza e se faz alma, inspiração e fundamento».
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